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Fotos: Leonardo Machado, Lucas Centenaro e Guilherme da Rosa Resgate das tradições tropeiras homenageia identidade cultural e encanta lageanos e visitantes
Um dia de outono com Sol e temperaturas agradáveis em um fim de semana, bem do jeito que o serrano gosta. O Calçadão da Praça João Costa se transformou em um cenário tradicionalista neste sábado (26 de abril), durante as comemorações do Dia do Tropeiro. A programação especial reuniu moradores e visitantes em torno de atividades culturais de exaltação da história e costumes da região da Serra Catarinense.
A festa começou pela tradicional roda de chimarrão - cobertura especial da Rádio Clube de Lages,l - e seguiu com as apresentações ao vivo de Duda Gaiteira e João Vitor Brochier, fascinando o público por seu repertório tipicamente regional. Um dos destaques foi o espetáculo de danças de chula, com performances de Diego Pereira, de 42 anos; João Vitor Pereira, 23, Daniel Augusto Mortari, 16; João Guilherme, de 11 anos, que irá representar o Estado de Santa Catarina no Campeonato Nacional em Goiás, na categoria de Chula Mirim, e Luiz Pedro Fernandez, de oito anos.
O amor pela cultura, que vem desde cedo e permanece no sangue de geração em geração, foi demonstrado em cada passo, e reflete a força desta tradição que atravessa o tempo.
Diego Pereira, empresário e tradicionalista, participou das apresentações de chula. “O tropeirismo deixou um legado cultural fundamental para nossa cidade, moldando costumes, hábitos e nossa identidade cultural. Nosso povo tem muito orgulho de carregar esta história. Assim como a música, a nossa tradição é atemporal, não possui prazo de validade e deve permanecer viva. Eventos como o promovido pela Prefeitura de Lages não são apenas para quem assiste, mas também para os mais jovens que participam. Ver os olhos da ‘gurizada’ brilhando ao se apresentarem é uma experiência única e emocionante.”
A exposição e venda de artigos promovidas pela Associação de Artesanato Tramatusa de Lages, na Casa do Artesão, integrou o evento. Na Praça João Costa, estandes de selarias artesanais permitiram ao público apreciar peças típicas da cultura tropeira, como palas, boinas, guaiacas, arreios, estribos e selas.
Para completar a experiência, havia opções gastronômicas oferecidas por food trucks e cervejarias artesanais da região, cujos aromas e sabores harmonizavam com a atmosfera acolhedora e cultural do evento.
Além das atrações ao longo do dia, o encerramento da programação foi marcado por um dos momentos mais extasiantes aos espectadores: O Concerto Sinfônico Tropeiros da Terra, exibido pela Orquestra Sinfônica de Lages em parceria com o Coral Campos da Serra, de Urupema. Ao todo, 40 instrumentistas e 50 coralistas prenderam a atenção de quem passava pelo local, em um show espetáculo de beleza das tradições lageanas.
O tropeirismo impulsionou o desenvolvimento de Lages nos séculos XVIII e XIX, e segue vivo na memória e nas celebrações do município. Mais do que uma festa, o Dia do Tropeiro é um resgate das raízes. Na visão do Poder Público Municipal, valorizar quem abriu os caminhos, com coragem e trabalho, é fundamental para o lageano entender a sua identidade e construir um futuro que respeite a história de quem veio antes.
A prefeita Carmen Zanotto, emocionada durante o Concerto, lembrou das raízes de Lages e os motivos de se manter ardente a chama da luta dos antepassados. “Celebrar o tropeirismo é manter viva a nossa essência. Hoje, a nossa Orquestra Sinfônica emocionou Lages e nos lembrou que somos feitos de história, cultura e paixão pela nossa cultura e caminhada.”
Comprometimento de fortalecer o legado cultural. “Eventos como este mostram o quanto a tradição nos conecta. E agora, com a oficialização do Dia do Tropeiro no Calendário de Eventos de Lages, este resgate se tornará uma celebração fixa da nossa história. Até então, a data era marcada em âmbito estadual, agora passará a ser cada vez mais reconhecida e valorizada de forma permanente no município.”
Naturalmente tradicionalista, Lages carrega em seu DNA o passado que moldou o presente. Em cada acorde da Orquestra, em cada roda de chimarrão compartilhada, a cidade reafirma sua alma tropeira, e honra suas raízes com bravura e constrói, com orgulho, os caminhos do futuro.
Texto: Leonardo Machado
Fotos: Leonardo Machado, Lucas Centenaro e Guilherme da Rosa
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