A ceia entre irmãos, o bem ecoando pela eternidade: Olho no olho na hora de ouvir, saber identificar a súplica do próximo sem que esboce uma palavra. Acolher suas dores através de um abraço e amar, sem perguntar o nome, tropeços e pecados
Existem incontáveis exércitos de soldados discípulos dos ensinamentos e do amor dividido por Jesus Cristo em toda parte do planeta. São pessoas travestidas de crianças, jovens, adultos, idosos, mulheres grávidas carregando o milagre da vida em seu ventre. São mecânicos, donas de casa, estudantes, formadores de opinião, pessoas em situação de rua, andarilhos, padres, pastores, mães de santo, professores, floristas, cantores, palhaços de circo, atores de cinema, padeiros, garçons, pessoas que ganham a vida com a Internet, os influencers digitais, e os jovens tecnológicos dominadores das redes sociais, os social media. Sábias são as pessoas que conseguem identificar e reverenciar sua vocação de fazer o bem sem olhar a quem.
À antevéspera de uma das datas mais respeitadas e reflexivas no cristianismo e catolicismo, a Páscoa, neste domingo, 20 de abril, mais uma vez remonta ao convite para a reflexão, o autoexame de consciência de pensamentos e atitudes e o papel do ser humano em uma sociedade em que o individualismo ainda parece imperar mesmo com lições tão fortes e presentes, como a deixada pela pandemia do novo coronavírus, causador da doença Covid-19.
Jesus Cristo morreu crucificado com apenas 33 anos de idade e ressuscitou ao terceiro dia, subindo aos céus e está sentado à direita de Deus Pai Todo Poderoso, com o menciona-se na oração Creio.
No cristianismo, a Páscoa ou Domingo da Ressurreição é uma festividade religiosa e um feriado que celebra a ressurreição de Jesus ocorrida no terceiro dia após sua crucificação no Calvário, conforme o relato do Novo Testamento. É a principal celebração do ano litúrgico cristão e a mais antiga e importante festa cristã.
O domingo de Páscoa marca o ápice da Paixão de Cristo e é precedido pela Quaresma, um período de quarenta dias de jejum, orações e penitências. O termo “Páscoa” deriva, através do latim Pascha e do grego bílbico Πάσχα Paskha, do hebraico פֶּסַח (Pesaḥ ou Pesach), a Páscoa judaica.
A última semana da Quaresma é chamada de Semana Santa, que contém o chamado Tríduo Pascal, incluindo a Quinta-feira Santa, que comemora a Última Ceia e a cerimônia do Lava-pés que a precedeu, e a Sexta-feira Santa, relembrando a crucificação e morte de Jesus. A Páscoa é seguida por um período de cinquenta dias chamado Tempo Pascal, que se estende até ao Domingo de Pentecostes.
O Evangelho ensina que a ressurreição de Jesus, celebrada pela Páscoa, é o fundamento da fé cristã. A ressurreição estabeleceu Jesus como sendo Filho de Deus e é citada como prova de que Deus irá julgar o mundo com justiça.
Deus regenerou os cristãos para uma viva esperança pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos (I Pedro 1:3). Estes, pela fé na obra de Deus, são espiritualmente ressuscitados com Jesus para que possam seguir para uma nova vida eterna. O ovo de chocolate é interpretado como emblema de renascimento e fertilidade.
Em Lages, uma igreja de células tem como rotina a prática da filantropia e atenção humanizada às pessoas, à semelhança das obras de Jesus enquanto matéria e energia sobre a Terra, antes de migrar ao plano espiritual.
A Comunidade Cristã, em Lages situada à margem da rodovia BR-282, Km 219, nº: 2.911, bairro Frei Rogério, compreende uma igreja dinâmica, com suas atividades desenvolvidas a partir de ministérios, em todas as áreas - louvor, intercessão, teatro, infantil, asilos, casas de acolhimento, presídios, assistência social, áudio, vídeo e mídia.
A Igreja organiza viagens missionárias, mobilização aberta ao interesse de participação e auxílio por voluntários da Comunidade. A faixa etária dos participantes é de 20 a 50 anos de idade.
Entre as ações executadas pela Comunidade Cristã do município estão doações; bazares; trabalhos voluntários em alguns bairros, como Passo Fundo e Caroba; trabalhos voluntários com crianças, e ações especiais em meses com datas alusivas à atenção em saúde, como Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio. No ano passado, o grupo se dirigiu ao centro de Lages com uma placa, oferecendo abraços a quem aceitasse este afago no corpo e na alma. Coordena, aliás, a Comunidade Cristã de Campo Belo do Sul e Otacílio Costa.
A exemplo da igreja primitiva, a Comunidade Cristã iniciou em lares, quando, por volta do ano de 1986, os encontros aconteciam na casa da irmã Eli e seu esposo, Sebastião Costa.
Recentemente, em 2024, o grupo de ações sociais não pensou duas vezes para se deslocar até o Rio Grande do Sul e acionou 28 integrantes até cidades gaúchas depois dos contínuos temporais que assolaram várias cidades e ceifaram vidas.
Julia Vitória Almeida é uma das jovens que sentiram na pele as sensações de tristeza, preocupação, medo, cooperação, resiliência e reciprocidade. A gaúcha de Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre, tem 21 anos, mora em Lages 14 anos e frequenta a Comunidade Cristã há quase quatro anos.
A experiência resiliente de ajudar a salvar histórias e o futuro de crianças e famílias na pior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul
Considerada a pior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul, as tempestades que assolaram o Estado e maio de 2024 afetaram mais de 2,3 milhões de pessoas ao atingir 471 municípios, o equivalente a quase 95% de todas as cidades gaúchas.
As fortes chuvas provocaram a morte de mais de 180 pessoas. Em dezembro do ano passado, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul ainda buscava 27 pessoas desaparecidas.
No auge das chuvas, cerca de 79 mil pessoas ficaram desabrigadas após terem suas casas levadas ou destruídas pela água. Em dezembro passado, 1.328 pessoas ainda seguiam desabrigadas em cidades como Canoas, Porto Alegre, Canela, Encantado, Cruzeiro do Sul, São Jerônimo, Arroio do Meio e Arroio do Tigre.
Por conta dos estragos, o Governo do Estado criou o Plano Rio Grande, programa que investiu mais de R$ 2,4 bilhões em medidas para atenuar os impactos causados pelas chuvas.
Impactados pelo incêndio que, um dia antes, havia matado dez pessoas em uma pousada contratada pela prefeitura de Porto Alegre para abrigar pessoas em situação de rua, poucos deram atenção à frente fria chegada à capital gaúcha no dia 27 de abril de 2024. Naquele sábado, a Defesa Civil municipal chegou a emitir um alerta sobre a “possibilidade de chuvas intensas e ventos fortes” atingirem a cidade entre o fim da tarde do mesmo dia e a madrugada seguinte (28). O tom do aviso, contudo, não indicava o que estava por vir.
43 litros de água por metro quadrado em apenas seis horas
De acordo com a MetSul Meteorologia, somente na capital, choveu, no sábado (27), o equivalente a 43 milímetros - ou 43 litros de água por metro quadrado - em apenas seis horas. Além de alagamentos e outros sérios transtornos, o mau tempo afetou as operações no Aeroporto Salgado Filho.
A gravidade do panorama foi reconhecida no dia 29, com aumento nas ocorrências relacionadas a deslizamentos de solo e danos em telhados de residências, com moradores de 12 bairros em solicitação de atendimentos emergenciais. A elevação do nível do rio Guaíba já era motivo de preocupação. No dia 2 de maio, a prefeitura decreta Estado de Calamidade Pública Municipal.
Antes de avançar sobre a região metropolitana de Porto Alegre, os temporais resultantes do aumento das temperaturas e da umidade causaram prejuízos e transtornos em outras cidades gaúchas, como Sant’Ana do Livramento, no Oeste do Estado, na fronteira com o Uruguai, e em Pelotas, no Extremo Sul. As primeiras precipitações significativas começaram no dia 26 e se intensificaram nos dias seguintes.
Em 30 de abril, um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB) sobrevoou a região e resgatou, na vizinha Candelária, a primeira de uma série de famílias ilhadas pelas enchentes. Na véspera, as duas primeiras mortes associadas aos efeitos adversos das chuvas ocorreram em Paverama, a apenas 90 quilômetros de distância de Santa Cruz do Sul.
Rio Guaíba com nível superior a cinco metros - Mês de maio foi o mais chuvoso da história da capital gaúcha, Porto Alegre, desde 1910
539 milímetros de chuva em um mês e o mês mais chuvoso nos 253 anos de Porto Alegre
Porto Alegre fica debaixo de água após recorde de chuva. Com o nível do rio Guaíba já passado dos quatro metros, a cidade de Porto Alegre foi tomada pela ságuas da chuva já na sexta-feira, dia 3 de maio. Durante o pico da cheia histórica no Rio Grande do Sul, o rio Guaíba atingiu a marca de 5,37 metros na capital gaúcha, segundo o Serviço Geológico Brasileiro (SGB). A cota máxima foi registrada no dia 5 de maio, na estação Cais Mauá.
Com a cheia, a capital gaúcha ficou coberta pela água. Pontos emblemáticos da cidade, como os estádios dos times estaduais Internacional e Grêmio, a rodoviária da cidade, o aeroporto e a região central, ficaram submersos.
O mês de maio foi o mais chuvoso da história da capital gaúcha, Porto Alegre, desde o ano de 1910, segundo dados da estação climatológica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A chuva atingiu a marca de 539,9 milímetros, conforme medição da estação de referência climatológica da capital, no bairro Jardim Botânico, na Zona Leste. O acumulado não foi apenas o recorde para o mês de maio, assim como o mês mais chuvoso da história do município de 253 anos.
Destruição e tristeza no Vale do Taquari
A região do Vale do Taquari, no interior do Estado, foi uma das mais afetadas pelas chuvas. Bairros interios de cidades, como Cruzeiro do Sul, foram completamente destruídos. O bairro Passo de Estrela, localizado próximo ao leito do rio Taquari, foi engolido pela força da água e desapareceu.
Cidade provisória a desabrigados
Após o estrago deixado pelas chuvas, o Governo do Rio Grande do Sul inaugurou, em julho, a primeira das "cidades provisórias", recebendo parte dos desabrigados pelas enchentes que acometeram o Estado.
Começa a onda local, regional, estadual e nacional de solidariedade
Uma forte mobilização de atendimento às pessoas atingidas pelos impactos das chuvas torrenciais então inicia. As doações impuseram um desafio logístico de distribuir toneladas de itens enviados por pessoas de todo o Brasil. Entre os itens mais doados estavam cestas básicas, roupas, água e materiais de limpeza e higiene pessoal, recebidos no Centros Logísticos (Clogs), filtrados e distribuídos aos municípios de acordo com levantamento da Defesa Civil Estadual.
Apoio federal e plano de reconstrução
O Governo Federal destinou R$ 98,7 bilhões a ações emergenciais e recursos para a reconstrução de infraestrutura e de apoio à população e empresários do Rio Grande do Sul, conforme balanço apresentado pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom).
Após enchentes, Serra Gaúcha pode levar 40 anos para recuperar o solo
Por causa das enchentes de abril e maio do ano passado, a Serra Gaúcha perdeu mais de 85% do estoque de carbono no solo de pomares da região. A reposição deste nutriente pode demorar de 14 a 40 anos.
As informações são resultados de um estudo divulgado pelo professor de Agronomia, Gustavo Brunetto, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Seminário RS Resiliência e Sustentabilidade, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em março de 2025 - efeitos da enchente de 2024, aspectos das mudanças climáticas e alternativas de soluções para encarar o contexto preocupante.
Fonte de informações: CNN Brasil e Agência Brasil
Julia e a vivência mais transformadora da sua vida no Rio Grande do Sul
Acompanhe atentamente:
“Nós fomos em seis pessoas, incluindo um casal de Lages que não era da nossa Igreja, mas tinha se voluntariado para ajudar, Matheus e Naraiana. Eu e mais três amigas fizemos um curso de Conscientização e Combate ao Abuso Sexual Infantil, capacitação online através do Instituto Amarelinha. Pois minha irmã, que mora no Rio Grande do Sul estava me contando muitos casos de crianças que estavam sofrendo abusos nos abrigos, e que a realidade nestes abrigos estava muito, muito pesada. Por haver mais famílias de comunidades que haviam perdido tudo o que tinham na enchente, inclusive pessoas, acabavam não conseguindo ter um emocional forte o suficiente para proteger seus filhos, ou conseguir até mesmo enxergar o que estava acontecendo com eles dentro destes lugares devido ao grande trauma gerado pelos acontecimentos. Fora os pais que estavam doentes, o medo das brigas, pois havia pessoas de todos os tipos de idade, personalidades e índoles - sozinhas, idosos, famílias, traficantes. Foram uns oito abrigos, no total. Em alguns abrigos tinham 800 pessoas, em outros, 50, e outros maiores, como a faculdade de Canoas, que abrigou oito mil pessoas. Bebês, crianças, gestantes, pessoas com deficiência e idosos são as pessoas mais frágeis, acabam sofrendo um pouco mais.”
Volumes de donativos transportados até os gaúchos. “Levamos bíblias, itens de limpeza, roupas, alimentos sólidos.” Recursos financeiros arrecadados pela Comunidade Cristã, com pessoas voluntárias de diversas cidades, foram repassados a instituições de respaldo aos gaúchos. Determinada quantia sobressalente foi distribuída a uma entidade humanitária de suporte à África, a Associação Comunitária Fazendo Desenvolvimento (Acofade), com sede em Santa Luzia, Minas Gerais, que presta atendimentos em Moçambique, Sul africano, revertendo o dinheiro em alimentos.
Os trabalhos filantrópicos em Lages foram alicerce e know-how ao desempenho no Rio Grande, como os feitos nos bairros Passo Fundo e Caroba, a partir de doações, além de projetos infantis.
Pertinho das crianças, o acalento, sensação de defesa e o afeto de família em meio às lágrimas do caos
Didaticamente preparadas, as garotas integrantes da Comunidade Cristã de Lages prepararam os materiais de conscientização e viajaram ao Estado gaúcho com o intuito de ensinar as crianças a se protegerem e saberem pedir ajuda. “Chegamos em Sapucaia do Sul e fomos levar doações ao Instituto Pulse. Lá nos receberam e ofereceram o Instituto para dormirmos durante as noites em que permaneceríamos lá, e durante o dia passaríamos trabalhando nos abrigos. E assim foi! Este Instituto acabou nos direcionando aos abrigos em que mais haviam crianças precisando de ajuda, a bairros ‘carentes’ com pessoas em situações bem prejudicadas, sem alimentos, com bebês. Passávamos o dia nos abrigos, e nas ruas levando doações, amor, projeto de conscientização e proteção infantil e ajudando com o que tínhamos.”
A equipe atuou em três cidades, na região metropolitana da capital Porto Alegre - Canoas, Sapucaia do Sul e São Leopoldo. “Depois de alguns dias retornamos a Lages. Chegamos em nossa Igreja e explicamos tudo o que estava acontecendo, o quanto ainda precisavam de ajuda, e então nossos pastores montaram uma equipe ainda maior, com 28 pessoas. Levantamos doações, recursos, e partimos novamente para lá. Nesta segunda viagem, a ajuda foi maior ainda. Conseguimos dividir grupos de cinco pessoas e ajudar muitos abrigos. Cada grupo ia para um abrigo designado e ajudava na cozinha, limpeza, organização, no projeto de conscientização e a passar tempo com as crianças, na organização dos abrigos”, recorda a jovem.
A respeito das refeições, na primeira ida, no Instituto Pulse eram entregues marmitas de doações para os voluntários. Na segunda viagem, com o grupo maior, dormiam em um salão de uma igreja cedido, e neste local faziam sua comida à noite. O responsável pela nossa equipe era o pastor da Comunidade Cristã, José Padilha.
Proatividade e coordenação
Não havia uma pessoa específica em função de coordenação deste trabalho. “Estávamos por conta própria, para colher informações, montar um plano de ação e ir até os abrigos”, sublinha Julia.
Um inimigo a mais para combater: O abuso sexual infantil
Paralelamente à confusão ocasionada por uma tragédia causada pela fúria meteorológica da natureza, com pessoas sem casa, comida, água potável e roupas e extraviadas de seus familiares sem ter notícias, a comunidade gaúcha se depara com um monstro a rondar locais estruturados emergencialmente em formato de abrigos. A maior dificuldade para os voluntários em alguns abrigos era a questão da conscientização sobre abuso sexual infantil.
Em alguns abrigos este era um tema proibido, diante do fato de existirem pessoas de facções criminosas entre as demais acolhidas e, aliás, havia violência, tornando altamente perigoso citar determinados assuntos em alguns destes lugares. A população convivia com os riscos iminentes de saúde e de morte, pois em alguns endereços as águas ainda não haviam baixado, estavam altas. Havia casos de tuberculose e leptospirose. “Para as pessoas de lá, a maior dificuldade era o trauma em si, a confiança. Estavam traumatizadas com as perdas dos seus lares, bens, familiares... fragilizados, doentes”, acentua a voluntária Julia.
Imagens inapagáveis na memória e o amor de Jesus multiplicado no coração
“Acredito que presenciar este cenário de perda, de fragilidade, de trauma, tão de perto, marca a gente ‘pra’ sempre. Ver tanto sofrimento, tantos casos dilacerantes, de filhos, de pais, crianças sendo abusadas, tráfico infantil. Eram muitas cenas difíceis e esmagadoras. Mas, creio que, apesar de tudo isto, o que mais nos marcou foi o Amor. Poder levar a esperança, o amor de Deus em forma de ajuda, de abraços, de serviço, de proteção e receber este amor de volta, poder ver pessoas que estavam desacreditadas, encherem seus corações de esperança pelo futuro, pessoas que estavam se sentindo abandonadas agora se sentindo vistas, amadas principalmente por Deus! Deixávamos claro que estávamos fazendo tudo aquilo porque Deus havia colocado isto em nossos corações. O amor dEle por elas nos fez amá-las. A recompensa desta viagem foi ver a gratidão, a esperança e a atmosfera de morte sendo transformada em vida de novo. E saber que estávamos fazendo o que Jesus faria. Que a própria Palavra dEle fala que devemos chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram.”
Há diferença entre a Julia de antes desta missão e a Julia de agora para frente?
“Eu acredito que todos nós que estávamos no Rio Grande não voltamos para Lages da mesma forma. Com toda certeza fomos impactados com o que vivemos. Vimos pessoas perderem tudo e ainda assim sorriam, nos ofereciam amor, mostravam esperança. Recebemos muito mais do que entregamos. Podemos não ter ficado lá para presenciar o resultado do que plantamos. Em algumas situações vividas, em que só pudemos oferecer amor, a gente não pode de fato ver o que mudou. Contudo, ter a certeza e a fé que mudou. Sementes foram deixadas, o amor nunca falha e sempre tem seus efeitos. Agradecer pelo o que temos, valorizar e amar nossa família, nossas vidas. Aprender a olhar para outras vidas com um senso maior de solidariedade, de amor, lembrar que não é apenas nos abrigos do Rio Grande do Sul haviam crianças que não sabiam se proteger ou conscientizadas, mas, também em nossa cidade. É uma realidade no mundo, e aonde estivermos precisamos ter a missão de nos disponibilizar para amar, proteger e ajudar. Entender que você pode, sim, fazer muito mais do que julga poder. Recebemos doações de todos os lados, apoio de lojas, de membros da nossa Igreja, de amigos, que apoiaram e fizeram esta viagem acontecer, e podemos dizer que participaram disto com a gente. Quem não pôde ir, ajudou com o que tinha aqui [em Lages]. E no fim isto que importa. Assimilar que a dor do outro também é sua! Que Cristo morreu para que fôssemos um só corpo, nos amando, entregando a nossa vida e o que temos, em nome do mesmo amor que ele entregou a dEle [vida].”
Motivados por mais amor a ser espalhado, desta vez na Ilha de Marajó
A Ilha do Marajó (inicialmente chamada de Marinatambal) é uma ilha costeira do tipo fluviomarítima situada na Área de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó, no Estado do Pará, na região Norte do Brasil. A ilha de Marajó está separada do continente pelo delta do Amazonas, pelo complexo estuário do rio Pará e pela baía do Marajó. O Arquipélago de Marajó possui cerca de 2.500 ilhas. Seria a maior ilha fluviomarítima do planeta.
Detectado um quadro de casos de exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes na região, o Governo Federal adotou, em 2023, medidas de enfrentamento à exploração e ao abuso sexual de crianças e adolescentes. Com o propósito de promover a cidadania, garantir os direitos fundamentais e combater a exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes de forma efetiva, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) instituiu o Programa Cidadania Marajó, em maio de 2023.
Ainda em 2023, foi assinado o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre o MDHC e o Governo do Estado do Pará, visando à implantação dos Centros de Referência de Direitos Humanos no Arquipélago do Marajó, no bojo do Cidadania Marajó. Como objetivo, integrar os centros nas futuras Usinas da Paz, um programa do Governo do Estado voltado à prestação de serviços gratuitos à população e à redução dos índices de violência em comunidades de municípios do Pará.
Com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a Polícia Federal e o Ministério da Defesa, articulação de ações de monitoramento especial de fronteira na área para combater ações do crime organizado e do tráfico de pessoas, bem como de acionamento de empresas operadoras na rota fluviomarítima do Marajó com o propósito de responsabilização por ações de prevenção e enfrentamento à exploração sexual de crianças de adolescentes e tráfico de pessoas. O MDHC realizou ações itinerantes periódicas da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) ao recebimento de denúncias de violações de direitos humanos - envolvimento do Governo do Estado do Pará, Ministério Público Federal (MPF) e Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Após viagem de avião e 14 horas de barco, Comunidade Cristã estará em missão em novembro deste ano no Arquipélago
Corajosos como nunca, integrantes da Igreja Comunidade Cristã irão embarcar em uma nova missão de amor e proteção ao ser humano daqui sete meses. O desafio será na Ilha de Marajó, Estado do Pará. Lages distancia número perto de quatro mil quilômetros do local. O grupo do qual, obviamente, Julia faz parte, será constituído por 11 pessoas da Igreja, irá decolar de um voo até Belém e viajar por mais 18 horas de barco até Marajó. A atuação será por intermédio do Instituto Akashi, que já opera com crianças e adolescentes naquela região e onde estarão hospedados pelo tempo julgado como suficiente. Itens serão levados como doação.
Será feito um trabalho voluntário para a comunidade, em aspectos que forem necessários. E, especialmente, com as crianças cuja realidade apresenta-se mais triste. “Marajó é um dos maiores corredores de tráfico humano no Brasil. Muitas famílias carentes entregam seus filhos por dinheiro, comida. É uma cultura e uma realidade muito pesada e triste. Queremos realmente levar o amor de Deus sobre estas vidas, amá-las, ajudar com o que podemos, servir realmente aonde precisarem. Nosso objetivo é amar. Fazer com que elas se sintam também vistas por Deus, apresentar o amor de Deus, a esperança. Servir a elas como Jesus serviria, ajudar no que elas necessitarem, na comunidade. Usar a sua vida para servir e amar as pessoas é dizer que o sacrifício de Jesus valeu a pena”, celebra Julia Vitória.
Páscoa - Encenação da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus na Comunidade Cristã
No Domingo de Páscoa (20 de abril) haverá o espetáculo teatral da Ressurreição de Cristo, às 19h.
Conheça mais sobre a Comunidade Cristã
A Igreja Comunidade Cristã tem o Lighthouse Movement (cultos) aos sábados, às 20h; reuniões de celebração aos domingos, às 9h30min e às 19h. A Sala de Oração fica aberta às terças-feiras, das 6h30min às 20h - com horário especial às 7h e às 19h. Dia Oficial do Jejum e Oração - terças-feiras.
Julia, quem é Deus para você?
“O Criador de toda a Terra, nosso Pai e nosso amigo. Deus é aquele que nos amou muito antes de podermos amá-lo. Aquele que nos conheceu e nos formou antes de sequer nascermos. E continua nos conhecendo e amando como ninguém. Salvou-nos de nós mesmos e nos dá uma vida livre, com um propósito: Conhecer seu coração, ser amado por Ele e manifestar o seu grande Amor aonde estamos.”
Como é a sua relação com Deus?
“Muito próxima, tenho Deus como meu melhor amigo, aquele que é um bom Pai para mim e me faz amar as pessoas como Ele amou.”
Para você, o que significa Jesus ressuscitado?
“Significa vida verdadeira. Ele deu a sua vida por amor, para que agora pudéssemos ser livres, ser perdoados, sermos um com Deus, sem condenação, sem culpa e sem medos. Um só corpo, um só coração. Ele ressuscitou para dizer que nem a morte pode nos separar deste amor, que agora podemos nos achegar ao Senhor porque fomos conectados pelo Sangue de Jesus. Agora podemos ver o amor de Deus no homem.”
Você é jovem. Alguns conselhos para a sua geração de juventude?
“Conheça o amor de Deus, sendo primeiramente amado por Ele e depois permita com que ele transborde este amor em você, fazendo com que você ame os outros como Ele. Todos somos amados por Deus, todos somos dignos de uma vida de amor. Que sejamos dispostos a oferecer, a amar e entregar assim como recebemos. Envolva-se em ações sociais, ajude com o que tem, em causas que valem a pena. Não por mérito ou reconhecimento, talvez você nunca seja reconhecido pelas pessoas, ou talvez nunca veja o resultado, os frutos de alguma ação, mas, tenha certeza que o Amor nunca falha e sempre tem seus efeitos. O que você faz tem uma grande diferença e sempre vale a pena.” Contatos Comunidade Cristã Lages (CCL): Instagram - @_comlages; Facebook - Comunidade Cristã de Lages; YouTube: ComLages Tv; e-mail: comclages@gmail.com, Telefone - (49) 3222-7626
Texto: Daniele Mendes de Melo
Fotos: Arquivo pessoal/Divulgação
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