Atualmente existem 11 cervejarias na Serra Catarinense e poderão se beneficiar das deliberações da câmara
Um marco histórico para as articulações do segmento da cervejaria artesanal foi conquistado nesta quarta-feira (30 de outubro), com a instalação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Cerveja, pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, em ato formal realizado em Brasília. O presidente da Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo), o paulista Alexander Creuz, proprietário da empresa lageana Lúpulos Serrana e membro da Associação de Cervejarias da Serra Catarinense, participou do evento na capital federal, junto ao vice-presidente da entidade, o lageano Marcos Stefanes, também componente da Associação de Cervejeiros da Serra, contemplando este momento da cerveja artesanal como ímpar e ressaltou o apoio na plantação de lúpulo para o Brasil. “Vejo a instalação da Câmara com bons olhos, principalmente com a expansão e implantação de novas cervejarias na Serra Catarinense”, analisa Alexander. O presidente da Aprolúpulo antecipa que em fevereiro de 2020 será realizado um evento na colheita do lúpulo, envolvendo as cervejarias ao impulsionar o crescimento da área. Atualmente existem 11 cervejarias na Serra.
O executivo de Turismo, da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Luís Carlos Pinheiro Filho, visitou recentemente a plantação de lúpulo em Lages, a Lúpulos Serrana, e recorda a abertura de novas fábricas de cerveja artesanal em Lages, a ampliação de diversas cervejarias e a realização de dois festivais de cerveja neste fim de ano: Saideira Beer Festival, na comemoração do aniversário de cinco anos do Lages Garden Shopping, nos dias 23 e 24 de novembro, e o 1º Beer Serra Festival, no Centro Cultural Vidal Ramos - Sesc, nos dias 7 e 8 de dezembro, do qual participarão oito cervejarias. Para saber mais basta os interessados acessarem o site www.aprolupulo.com.br ou o Instagram: @aprolupulolupulo.
O colegiado nacional instalado, formado por representantes da cadeia produtiva, será responsável por debater, em reuniões técnicas, dispositivos para corresponder às demandas do segmento, a exemplo de criação de linhas de financiamento e acesso a mercados estrangeiros, e alavancar a produção nacional. Os membros deste fórum serão profissionais ligados à Associação Brasileira da Cerveja Artesanal (Abracerva), a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) e o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), cujos assuntos abordados em volta de aspectos como política agrícola, defesa agropecuária, estruturação e fomento da cadeia produtiva, pesquisa e inovação, mercados interno e externo e assuntos fundiários.
Respaldo aos pequenos produtores e a agenda estratégica de metas
A ministra Tereza Cristina garantiu que o Mapa atribuirá atenção especial aos pequenos cervejeiros e é necessário consolidar os cervejeiros artesanais. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) poderá desenvolver novas cultivares de lúpulo e cevada para diversificar a produção, já que desenvolve pesquisa de novas variedades de trigo.
De acordo com o Ministério da Agricultura, a agenda estratégica levanta ações para o período de 2020 a 2025. Em política agrícola, as metas são a criação de seguro para produtores de cevada que abastecem o setor cervejeiro, implantação de crédito para plantação de cevada, maltarias, lúpulos e adjuntos cervejeiros dos pequenos empreendedores, além de recursos para instalação e ampliação de pequenas e médias cervejarias. Outro tópico é a criação de linhas de financiamento para a importação de máquinas, compra de insumos e estoques.
Na defesa agropecuária, as ações serão voltadas para unificação, padronização e ampliação do serviço de inspeção do Ministério. Serão debatidos os conceitos de cerveja, produção e comercialização, com ênfase para a cerveja artesanal e caseira, assim como regulamentação da produção, concursos, rotulagem e transporte. “A Câmara prevê ainda discussões sobre a estrutura da cadeia, com o objetivo de elevar a produção e a competitividade. O desenvolvimento de insumos regionais está na pauta, a partir da integração da produção de malte em pequena escala (micromaltarias), produtores de lúpulo e de insumos do bioma brasileiro que possam ser utilizados como adjuntos na bebida (frutas, ervas)”, pontua a assessoria institucional governamental - Agência Brasil.
A qualificação das pequenas cervejarias está entre as metas prioritárias. A agenda de trabalho prevê ações para o acesso a mercados externos, como promoção da cerveja brasileira em feiras e eventos e capacitação das cervejarias para exportação. O secretário de Política Agrícola do Mapa, Eduardo Sampaio, e o diretor do Departamento de Estudos e Prospecção do Mapa, Luís Eduardo Rangel, compareceram à cerimônia oficial de quarta-feira.
Produção de cerveja brasileira já é a terceira maior do mundo
Nos Estados Unidos, as cervejarias artesanais movimentam US$ 27 bilhões por ano. Sobre o Brasil não há dados específicos em relação à economia das empresas artesanais, com exceção dos dados do próprio Ministério a partir do registro formal de novas fábricas. O setor da cerveja cresce a passos largos no Brasil e já configura como o terceiro maior do mundo, com mais de 1.190 empresas registradas e produção de 14 bilhões de litros por ano. A produção representa cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), com faturamento de R$ 100 bilhões por ano e geração de 2,7 milhões de empregos.
O segmento já contou com uma Câmara anterior: A Câmara da Cevada, que funcionou de 1990 a 1995 e era focada no insumo. A nova Câmara envolverá toda a indústria. Até agora, o Mapa tinha duas Câmaras exclusivas para bebidas: Viticultura, Vinhos e Derivados e a da Cachaça.
Texto: Daniele Mendes de Melo, com informações de Janete Lima (Agência Brasil) e de Henrique Beling
Fotos: Divulgação
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