Amor à primeira vista: Sabe aquele frio na barriga que dá quando um novo amor está surgindo? As famosas borboletas no estômago? É esta a sensação confessada por pessoas que decidem pisar em Lages pela primeira vez
Dos berços do calor incandescente das praias paradisíacas de Copacabana, Ipanema e Leblon, no Rio de Janeiro, para o frio dos campos branquinhos de geada na Coxilha Rica com bombacha, lenço e barbicacho nos bailes gaudérios de Lages. Múltiplas novidades, mergulhar em desafios e a esperança de ter uma nova vida em uma cidade do interior de Santa Catarina, antagonista de grandes lugares em que a rotina é corrida e maçante, onde se trabalha muito e talvez não se possa aproveitar na mesma proporção. Eli Francisco Mota queria respirar novos e puros ares e foi acolhido por Lages há mais de duas décadas. Faz 23 anos que ele mantém a chama viva do amor que é viver na Princesa da Serra.
Hoje com 54 anos, o fluminense e carioca, pois nasceu na capital Rio de Janeiro, é casado com uma gaúcha de Erechim, e tem uma filha, lageana, de 19 anos, acadêmica de odontologia. Eli e a família moram no bairro Sagrado Coração de Jesus/Centro.
Eli é servidor público federal, efetivo como auditor fiscal da Receita Federal em Lages. Formado em administração de empresas e possui formação militar, à qual estão incluídas a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), sediada na cidade mineira Barbacena, e a Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP), ambas vinculadas à Força Aérea Brasileira (FAB), instituições das quais adquiriu sólidos ensinamentos militares. “Passei no concurso público para auditor da Receita Federal e escolhi Lages como município de atuação, porém, quando optei não conhecia nada da cidade.” Sua esposa é auditora da Receita Federal aposentada.
Rio de Janeiro, a origem de Eli, é um Estado do Sudeste brasileiro e divide espaço territorial com Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo. A terra do Cristo Redentor no Morro do Corcovado, Bondinho do Pão de Açúcar, Jardim Botânico, Lagoa Rodrigo de Freitas, Estádio do Maracanã, do Museu do Amanhã e dos bailes funk. Contudo, Eli preferiu viver seus dias e noites com os prazeres proporcionados pelas belezas naturais, arquitetônicas e culturais que Lages pode lhe oferecer: Parque Natural João José Theodoro da Costa Neto, Parque Jonas Ramos (Tanque), Morro da Cruz, Salto Caveiras, Cachoeira Garganta do Diabo, Estádio Vidal Ramos Júnior, Museu Histórico Manoel Thiago de Castro e bailes gaúchos e tradicionalistas.
Seu canal no YouTube desponta Lages para o mundo
Despretensiosamente, apenas com a finalidade de arquivar seus vídeos, o “carioca de Lages”, Eli”, decidiu criar um canal do YouTube. O negócio foi um pouco mais longe. Praticamente 800 mil visualizações em seu canal no YouTube, mais precisamente 715.923, e 1.510 inscritos. Postagem a cada dois meses, em média.
Com um drone, uma câmera modelo DSLR e uma filmadora, Eli descobre mistérios, talentos e potencialidades das riquezas naturais, culturais, tradicionais e artísticas não somente de Lages, mas da Serra de Catar Catarina. São conteúdos diversos, “mas hoje gosto de gravar bailes gaúchos e lugares turísticos”. Não há limites para sonhas e passear! “Inicialmente, o YouTube servia só como um espaço de backup para meus vídeos. Com o tempo, percebi que poderia compartilhar momentos valiosos capturados pelas minhas câmeras, transformando o canal em um meio de transmitir positividade. Não me considero um youtuber. Tenho Instagram, mas pouco uso.”
Em meio a tantas opções de fincar raízes, Lages
“Já morei no interior de São Paulo (Araras e Pirassununga) e no interior de Minas Gerais (Barbacena). Em relação a outros países, só conheço o Paraguai. Já visitei Maceió, em Alagoas; Natal, Rio Grande do Norte, e Porto Seguro, na Bahia. Gostei muito de Maragogi (AL).”
Por que Lages?
Características peculiares de Lages são admiradas por Eli e foram supremas na hora de arrumar as roupas na mala e seguir para Santa Catarina. “Ser uma cidade calma e tranquila. Sempre gostei de morar no interior. O ponto positivo de Lages é a tranquilidade de morar no interior. O negativo é o frio que se estende por uma grande parte do ano. A temperatura média anual no Rio de Janeiro gira em torno de 25 graus. A transição para Lages foi tranquila, já que morei por nove anos no interior de São Paulo, o que me preparou para a mudança. E gosto muito do turismo rural de Lages e das pousadas de Urubici. Por ora, permaneço por aqui, pois encontro satisfação na cidade e valorizo a companhia dos meus amigos.”
As comparações traçadas entre o Rio de Janeiro e Lages são inevitáveis. “Aos 16 anos deixei minha cidade natal com uma aversão profunda por metrópoles: Trânsito caótico, correria incessante e poluição sufocante. Lages, felizmente, representa o oposto disto.”
Seus hobbies?
“Fotografia e dança. Participo do Clube Caça e Tiro 1º de Julho, do Grupo de Amigos Futebol & Cia e alguns outros grupos de futebol. Quando aposentar, quero trabalhar com fotografia”, confessa Eli, que é vascaíno.
“Deus o livre” faltar música campeira na sua playlist
“Gosto de um pouco de tudo, mas sou fã da música gaúcha. Gosto também do rock nacional dos anos 80 e das músicas românticas internacionais dos anos 60, 70 e 80.”
E aquele aroma de comidinha caseira, hein?!
Quando o papo é gastronomia, não existe briga das culinárias de lá com as de cá. O paladar de Eli é versátil. “De lá eu gosto do frango com quiabo que minha mãe faz. Da comida serrana, eu gosto da paçoca de pinhão.”
Quais as suas saudades que ficaram lá no Rio?
“Minha mãe e meus irmãos. Em média, visito a família lá [Rio de Janeiro] três vezes por ano. E sim, de vez em quando eles vêm para Lages.”
O que faz os olhos de repente marejarem?
“Quando fala da minha cidade natal eu penso na minha mãe. Quando se fala em Lages eu penso no lugar que amo e onde escolhi morar.”
Abrindo caminhos para mais gente se encantar por Lages
“Não tem ninguém da minha família que mora em Lages, mas minha sobrinha fala em morar aqui.”
Com vocês, Eli, o Orgulho Lageano desta semana
“Em uma cidade com mais de 170 mil habitantes, ter o nome reconhecido é um feito. E ainda maior quando, mesmo não tendo nascido aqui, ter o destaque por elevar o nome da nossa cidade.”
Aos moradores e simpatizantes de Lages, Eli tem nobres conselhos de cidadania. “Ser receptivo com os turistas, não jogar lixo na rua, participar de campanhas de donativos, principalmente roupas para o frio.”
Viver bem não quer dizer viver com bens!
“Viva com menos que você pode, isto fará muito bem para você, aumentando sua qualidade de vida.”
Texto: Daniele Mendes de Melo
Fotos: Arquivo pessoal/Divulgação
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