Setor agropecuário representa em torno de 6% do PIB de Lages, mas tem um potencial para atrair investimentos e se desenvolver de forma exponencial, haja vista que, de um território municipal de 2.638 quilômetros quadrados, ocupa apenas 260.861 hectares em atividades produtivas
Dados da Gerência de Movimento Econômico, da Secretaria Municipal da Fazenda, ligada à Prefeitura de Lages, apontam para o Valor Adicionado (V.A.) da movimentação econômica do município referente às atividades do setor agropecuário, englobando a agricultura, pecuária e florestal, nos anos 2022 e 2023. O Valor Adicionado compreende toda a produção anual obtida da venda da produção agropecuária.
Os dados gerais do VA e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) relacionados ao ano de 2024 serão divulgados somente no fim de 2025. São valores declarados pelos produtores rurais, de um modo geral, os quais estão integrados aos 1.389 estabelecimentos rurais existentes em Lages. Este número engloba o total de propriedades rurais do município (Censo - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE 2010).
Em 2022, o Valor Adicionado total do setor agropecuário foi de R$ 350.128.481,31, enquanto que, em 2023, totalizou R$ 363.550.799,03. Tais valores equivalem, em média, a 6% do Produto Interno Bruto (PIB) de Lages que, de acordo com dados do Censo 2021 (IBGE), é de R$ 5,8 bilhões.
Segundo dados catalogados pelo Observatório Agro Catarinense (Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola - Cepa/Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - Epagri), em 2017, a madeira em tora para papel movimentou R$ 27.867.000, com uma participação de 19,5% em relação ao VA do setor agropecuário lageano, que foi de R$ 140.712.776,33. Em segundo lugar ficou a comercialização de bovinos - R$ 27.172.000 (19%), em seguida a soja, contabilizados R$ 25.367.000 (17,7%), e a madeira em tora para outra finalidade que não a da fabricação de papel, com R$ 17.291.000 (12,1% do VA).
O valor do ICMS repassado pelo Estado ao município, decorrente da atividade agropecuária, em 2021, totalizou R$ 7.154.970,89 e, em 2022, R$ 7.996.045,44. Os dados gerais do Valor Adicionado e do ICMS referentes ao ano de 2024 serão divulgados apenas no fim deste ano.
Potencial do agronegócio
Lages possui o maior território municipal do Estado de Santa Catarina, com 2.638 quilômetros quadrados, dos quais, 260.861 hectares ocupados com atividades agropecuárias (Censo Agropecuário 2010 - IBGE).
Com potencial promissor, consideradas as atividades do agronegócio, bem como a grande área territorial. O franco desenvolvimento do setor agropecuário tem de ser acompanhado pelo conjunto e a demanda de serviços. Portanto, o Poder Público municipal já saiu na frente e, nestes primeiros dois meses da atual administração, um trecho de 120 quilômetros de estradas está em recuperação e melhoria.
O maior número de propriedades rurais no município, cerca de mil, se enquadra na Agricultura Familiar. As médias e grandes propriedades (200 a 500 hectares) são, ao todo, 240 estabelecimentos rurais. Na lista de propriedades com mais de mil hectares, o Censo Agropecuário de 2010 registrou um total de 55. “A missão básica dos gestores municipais, conectados à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Pesca, é dar o suporte necessário à infraestrutura das estradas vicinais, para que as 14 Comunidades Rurais Organizadas (Cros’s) possam se desenvolver cada vez mais. Todos os produtores rurais, sem exceção, precisam ser atendidos”, ressalva o secretário municipal, Pedro Donizete de Souza.
Do total de área plantada, em Lages, as culturas de maior ênfase são a soja (14.200 hectares) e o milho (3.700 hectares), com estimativa de produção de soja para esta safra 2024 - 2025 de 53.960 toneladas. Lages é o 14º município catarinense no ranking da produção de soja e milho. Já na produção de pinus (madeira) e moranguinho, é o segundo maior produtor (Fonte Observatório Agro - Epagri/Cepa).
Pedro Donizete de Souza acredita que Lages precisa de muito mais investimentos, para se desenvolver plenamente, e aponta, por exemplo, ao setor pecuário, pois Lages conta com o maior rebanho bovino de Santa Catarina - 88 mil cabeças. “O gado de Lages é vendido e abatido em frigoríficos de outras cidades, e isto não tem agregado valor à carne produzida no campo, produto de excelência. Portanto, a industrialização do agro é um desafio para o município. Investimento em frigorífico, por exemplo, seria primordial”, pontua o secretário da Agricultura, Pecuária e Pesca.
Enfim, parcerias do Poder Público municipal, pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Pesca, com instituições, como a Epagri, Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Associação Empresarial de Lages (Acil) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Lages, associações, sindicatos e universidades, são classificadas como essenciais ao crescimento das atividades agropecuárias e do agronegócio como um todo.
Texto: Iran Rosa de Moraes
Fotos: Iran Rosa de Moraes e Toninho Vieira
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