Construção de novo poço aparece como uma das deliberações balizadas, apreciadas e aprovadas por residentes e empresários
Em um encontro no início da noite desta terça-feira (25 de fevereiro), entre a Secretaria Municipal de Águas e Saneamento (Semasa); moradores; comerciantes; empresários proprietários de estabelecimentos gastronômicos, casas de eventos e camping, e donos de chácaras na localidade Salto Caveiras, pertencente ao distrito Santa Terezinha do Salto Caveiras, abordou-se um assunto causador de transtornos à comunidade nos últimos tempos: A recorrente falta d’água nas torneiras das casas e edificações de comercialização de produtos e prestação de serviços daquela área do município de Lages.
Entre as autoridades da administração pública no evento, promovido no salão da Igreja São José, o vice-prefeito e diretor-presidente da Semasa, Jair Junior, além do engenheiro de Operações e Manutenções da empresa prestadora de serviços à Semasa, Itajuí Engenharia de Obras, Rafael Guedes Spindler, à parte de explicações técnicas e, representando os habitantes do Salto Caveiras, o presidente da Associação de Moradores, Orides de Oliveira (Kichuts).
Com a finalidade de discutir o problema histórico da falta de água e apontar possíveis opções de resolutividade deste impasse, cuja causa está no aumento elevado da rede de abastecimento, ou seja, com o passar do tempo houve o surgimento de novas residências no local, sobrecarregando o potencial de capacidade original do aparelhamento de fornecimento de água.
O poço de atendimento à população do Salto possui mais de 20 anos de existência, porém, a vazão do poço permaneceu com a mesma quantia de água, embora o número de consumidores tenha crescido significativamente.
Desde dezembro de 2024 está ocorrendo falta de água no Salto Caveiras. Uma realidade comprovada também em verões de anos passados, mais especificamente entre novembro e março, conforme dados expostos em relatórios emitidos pela Semasa.
Outra questão a ser levada em conta, pelo agravamento deste obstáculo, consiste na ascensão de consumo nas estações de calor (primavera e verão) e aos fins de semana, feriados e férias anuais, temporada em que o público de visitantes e turistas passa por um acréscimo expressivo. Portanto, em tese e na prática, amplia-se a frequência diária dos hábitos de beber maior quantidade de água em razão da hidratação, tomar mais banhos em decorrência da transpiração e de encher piscinas infantis para diversão das crianças. A tradicional faxina de fim de ano emprega maior uso de água, bem como a lavação de calçadas, pois as chuvas diminuem e a poeira está mais presente, acarretando o risco de interrupção no abastecimento. Por isto, a prefeitura reitera seu pedido para as pessoas assumirem os compromissos de poupar, impedir o desperdício e consumir água consciente e empaticamente, em solidariedade ao uso coletivo, evitando eventuais medidas de racionamento, ou mesmo a ausência temporária por curto ou médio tempo de água.
Antes da manifestação de insatisfação dos habitantes, a Semasa já estava tomando providências, pois desde o início deste ano de 2025 esta autarquia identificou a presença da iminência abrangente do problema e a urgência de uma saída.
Algumas ações estão postas em prática como tentativas de se obter o resultado da normalidade do abastecimento de água: A partir do serviço de perfuração próximo ao poço, com aprofundamento da bomba hidráulica no propósito de se alcançar maior vazão, a Semasa aguarda, agora, uma possível reação positiva do sistema. Cálculos estão sendo feitos periodicamente, com monitoramento do sistema.
Em parceria com o Consórcio Intermunicipal da Serra Catarinense (Cisama), a Semasa estendeu a vazão do poço, baixando a bomba hidráulica, que estava a 60 metros de profundidade e, agora, a mais cerca de 30. Desta forma, chegou-se a 90 metros. No panorama atual, o poço disponibiliza vazão para aproximadamente cinco mil litros por hora.
Paralelamente, a Secretaria está executando testes de vazamentos no intuito de perceber e constatar outras origens da vazão enfraquecida.
Uma terceira definição da Semasa será a construção de um novo poço, afim de prestar o respaldo necessário e completo à população do Salto Caveiras. Será edificado e instalado um novo poço e dividido o sistema. Atualmente, o sistema da região do Salto Caveiras conta com dois poços, e em breve será dividido em três.
Hoje em dia são dois poços e dois reservatórios. O poço capta a água do lençol freático e direciona para o reservatório que, por sua vez, transfere a água às moradias.
Sempre bom informar e lembrar: Salto Caveiras e Santa Terezinha do Salto Caveiras não são o mesmo lugar. O Salto Caveiras está a 21 quilômetros de Lages, enquanto o distrito Santa Terezinha do Salto está um pouco mais adiante, a 24 quilômetros de Lages. Ambas podem ser acessadas pela rodovia BR-282, à esquerda no sentido a São José do Cerrito.
Ouvir a comunidade e colocar-se no lugar do outro
A rapidez em dar uma resposta às pessoas e recomendações relacionadas à proibição e combate a ligações clandestinas de água bestavam no conteúdo de temáticas da reunião. O vice-prefeito e diretor-presidente da Semasa, Jair Junior, à frente das conversações, aconselha as famílias. “Nós conversamos com a comunidade, que compreendeu o problema, e agimos com agilidade. Junto aos nossos técnicos, desde janeiro, estamos trabalhando na construção do novo poço, em tratativas e mobilizações com o Cisama. Inclusive, orientamos a comunidade a respeito da necessidade de economizar água, porque no verão é mais comum que falte. Nos últimos três anos vem acontecendo isto no verão em face do aumento da capacidade. Na semana passada detectamos cinco vazamentos e a irregularidade cometida de dois ‘gatos’ (alteração em hidrômetros), e isto estava prejudicando o sistema. Destes, havia ‘gatos’ com vazamento. O sistema é tão sensível que um vazamento compromete toda a rede.”
O furto de água é uma prática criminosa passível de penalidade. Começa em danificar as tubulações para se abastecer de forma fraudulenta. A água é assinalada como um patrimônio público e eventual artifício usado para alterar o consumo nos hidrômetros poderá ser considerado furto qualificado pelo emprego de fraude (art. 155, § 4º, II, do Código Penal).
Em casos de confirmação de ligações clandestinas, deve-se proceder com a determinação da suspensão do fornecimento de água imediatamente, e da aplicação de multa. Gera, ainda, o registro em Boletim de Ocorrência (B.O.) policial (B.O) e a abertura de processo crime por furto de água.
Em temáticas pertinentes às competências da Semasa, os cidadãos podem esclarecer dúvidas por telefone ou e-mail: Plantão: 115/(49) 3380-3100/Comercial: (49) 3380-3130/Administrativo: (49) 3221-3900/e-mail: semasa@lages.sc.gov.br.
Texto: Daniele Mendes de Melo
Fotos: Fernanda F. Cordeiro/Divulgação
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