“Com a conclusão das obras de saneamento do Complexo Ponte Grande, Lages passará ter capacidade de coleta e tratamento de mais de 65% do esgoto sanitário da cidade”, prefeito Antonio Ceron
A implantação do sistema de esgotamento sanitário do Complexo Ponte Grande atenderá diretamente a demanda de coleta de esgoto de 13 bairros, onde atualmente residem 35 mil habitantes. Obras conveniadas pela Prefeitura de Lages com o Governo Federal, por intermédio do PAC-2.
Foram implantados 19.876 metros de rede coletora de esgoto do sistema de esgotamento da Ponte Grande, com tubulações de 150 até 700 milímetros de diâmetro. Esta metragem implantada corresponde a 94,55% de todo o projeto inicial. Além disso, foi construído o Módulo 03 da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE Caça e Tiro), o qual está apto a entrar em funcionamento, tão logo a licença ambiental do IMA seja emitida.
Do total de 19.876 metros de rede coletora implantada, cerca de 7 mil metros é a metragem do emissário central de coleta de esgoto, que se estende desde o bairro Caça e Tiro até o ponto inicial da avenida 31 de Maio, no bairro Guarujá. Esses 7 mil metros compreendem quatro subtrechos de rede central coletora, grande parte dela estendida ao longo da avenida Ponte Grande.
No trecho 01 da avenida são 3.040.00 metros de rede, ou seja, desde o “interceptor da ligação com o emissário do rio Carahá” (junto a ETE Caça e Tiro) até a avenida Castelo Branco. O trecho 02 conta com 1.678,00 metros, estendendo-se da avenida Castelo Branco até a avenida Presidente Vargas. Já no trecho 03, da avenida Presidente Vargas até a BR 282 a extensão é de aproximadamente 1.360.00 metros. E no trecho 04, da BR 282 ao ponto inicial da avenida 31 de Março, são 875,00 metros.
Em relação às redes secundárias de coleta de esgoto, interligadas ao emissário central estendido ao longo da avenida Ponte Grande, destacam-se as obras da travessia subterrânea de esgoto sanitário em linha férrea, com localização quilométrica da ferrovia KMs 289+890 (linha férrea que passa na linha de divisa dos bairros Jardim Panorâmico-Vila Mariza).
Esta obra específica, concluída em dezembro de 2023, foi realizada através de método não destrutivo, com perfuração mecânica do subsolo na área onde cruza a linha férrea, possibilitando desta forma a continuidade das atividades normais do transporte ferroviário. Essas obras fizeram parte do Subtrecho 03 e compreendem a implantação de redes coletoras e ligações domiciliares em todas as ruas do bairro Vila Mariza.
No início do ano, em reunião do prefeito Antonio Ceron com representantes da Caixa Econômica Federal, instituição financeira que libera os recursos repassados pelo Governo Federal, e com representantes das empreiteiras que executam as obras do Complexo Ponte Grande, ele falou sobre o andamento das obras. “Com a conclusão das obras de saneamento do Complexo Ponte Grande, Lages passará a ter capacidade de coleta e tratamento de cerca de 65% do esgoto sanitário da cidade”, destacou Ceron.
No entanto, o prefeito disse que a Semasa terá de fazer uma campanha de conscientização para que os moradores também façam a sua parte, ligando suas casas à rede coletora de esgoto.
O que faltava para que o projeto do Sistema de Esgoto fosse concluído
Conforme o Relatório de Situação Atual do Empreendimento Complexo Ponte Grande, elaborado pelas empresas consorciadas que administram o projeto de execução das obras, o que foi concluído, neste segundo semestre de 2024, foram as “instalações elétricas das Estações Elevatórias de Esgotos números 06 e 07 (no trecho 02) e as de números 04,08 e 11 (no trecho 03) e o projeto mecânico/hidráulico do Módulo 03 da ETE Caça e Tiro”.
Este módulo terá capacidade para depuração de 52 litros de dejetos por segundo.
Este módulo objetiva tratar os efluentes gerados na região abrangida pelo Rio Ponte Grande, desde o bairro Guarujá até o bairro Caça e Tiro, para o tratamento adequado do esgoto doméstico.
Com 100% dos serviços executados, as obras dessa unidade contemplam o projeto civil e o projeto mecânico/hidráulico com equipamentos complementares: bombas, painel elétrico, ponte raspadora para adensador de lodo e materiais em inox todos instalados.
Como o terceiro módulo da ETE Caça e Tiro entrará em funcionamento
Com o início da operacionalização deste módulo, Lages terá capacidade para tratar 65% do esgoto produzido na cidade, cerca de 13% superior à média nacional que, de acordo com site tratabrasil.org, o Brasil possui hoje 52,2% de esgoto tratado. Já em Santa Catarina, essa cobertura de tratamento de esgoto está em 34,8%. “Esta obra, que compõe o projeto do Complexo Ponte Grande, possui valor imensurável para a nossa cidade, uma vez que o tratamento de esgoto é sinônimo de maior qualidade de vida aos cidadãos. Investir em tratamento de esgoto é também investir em saúde pública e é possível afirmar que Lages é hoje referência para o estado e para o Brasil”, aponta o prefeito.
De acordo com o engenheiro responsável pelo projeto e pelo gerenciamento dos trabalhos do Complexo Ponte Grande, Ivonir Antonio Martinelli, cada um dos módulos desta ETE possui capacidade para atender até 30 mil habitantes.
Concluídas as obras físicas e de instalações de todos os equipamentos do terceiro módulo da ETE, a secretaria municipal de Obras repassa à Semasa, a operacionalização do sistema de coleta e tratamento do saneamento básico. “A partir de agora, cabe à Semasa dar continuidade aos trâmites para iniciar a fase que chamamos de operação assistida”, explica Martinelli.
Essa operação assistida se dará assim que as licenças ambientais junto ao Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) forem emitidas. “Para este processo ainda haverá a parceria entre as duas secretarias o assessoramento necessário até a obtenção destas licenças ambientais”, reitera Martinelli.
Sobre a ETE Caça e Tiro
Planejada em quatro etapas, o primeiro módulo desta ETE entrou em operação em 2009, o segundo módulo em 2014 e agora o terceiro módulo foi oficialmente entregue e logo entrará em atividade. O espaço para as obras do quarto módulo já está reservado e, além destas estruturas, a ETE Caça e Tiro possui uma estação elevatória final, com capacidade para 208 litros por segundo, onde são recebidos todos os efluentes coletados e recalcados para os módulos de tratamento.
Conta também com laboratório responsável pelo controle da qualidade dos efluentes nas diversas etapas de tratamento e com painéis do sistema operativo para controle de vazão de entrada e saída dos efluentes, assim como equipamento de desidratação do lodo que é destinado à silvicultura ou ao aterro sanitário.
Texto: Iran Rosa de Moraes e Silviane Brum
Fotos: Toninho Vieira
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