Os produtores recebem apoio da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca. Ao todo são onze famílias cadastradas, moradores de localidades do interior do município
Viver do que é produzido na terra. Viver da sua própria arte ou talento culinário. Essa é a vida de quem levanta cedo para labutar, mas não trocaria por nada. A satisfação de ver o fruto do seu trabalho exposto e saboreado com gosto está no sorriso de cada pequeno produtor rural que participa das Feiras da Agricultura Familiar.
Quem passa pela praça João Ribeiro (a praça da Catedral) logo cedinho já sabe, toda quarta-feira é dia de feira. A movimentação de armar as tendas e expor os produtos já começa no raiar do sol, às 6h30 da manhã. Faça chuva ou faça sol, eles estão lá, fieis ao seu compromisso, buscando atender com o mesmo bom-humor quem lhes dá preferência.
O ritual se repete em outras feiras, montadas em dias alternados e locais diferentes; na praça Vidal Ramos Sênior, ao lado do Terminal Urbano; na frente da Igreja do Rosário, no bairro Coral, próximo ao Estádio Vidal Ramos Júnior, o Tio Vida, e também no Parque Jonas Ramos.
Os produtores inseridos no programa Agricultura Familiar recebem apoio da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca. Ao todo são onze famílias cadastradas, moradores das localidades Santa Terezinha do Boqueirão, Santa Terezinha do Salto, Macacos, Rancho de Tábuas, Cabo de Lança e bairro Morro do Posto. Algumas famílias vêm do município vizinho, Correia Pinto, para participar das feiras.
Os principais produtos comercializados são os panifícios (bolachas, cucas e pães), hortaliças (alface, couve, tempero verde, rúcula, espinafre, almeirão, radiche, beterraba, cenoura, batata doce, batata baroa, chuchu, etc) e frutas da estação.
Dia de feira é dia de alegria
Participar das feiras não é somente um trabalho e uma forma de sobrevivência. Muita amizade é construída nestas horas de convivência e ajuda mútua. A senhora Belmira Antunes da Cruz, de 78 anos, moradora da localidade Tábua de Lança, é quem pode contar. Talvez seja uma das mais antigas na feira, integrante do grupo há mais de 15 anos. Sempre vaidosa, perfumada e de batom, vem para a feira como se fosse um grande evento. “Vir pra feira é uma alegria, todo mundo se ajudando e muito animado. Quando fico triste lá no sítio, sei que venho pra cá e logo me animo”, conta.
Na banquinha dela são encontrados produtos coloniais como ovos caipiras, feijão (preto, carioca e vermelho), hortaliças e temperos verdes. Ela e o esposo trabalham juntos, com a ajuda de filhos, que já estão casados, mas continuam trabalhando em família na propriedade.
Trabalho árduo, mas com muita satisfação
Outro casal parceiro na lida do campo é dona Marina Xavier de Moraes Rafaeli, 58 anos, e seu esposo Marques Rafaeli, 64. Passaram a vida toda trabalhando em sua pequena propriedade, na localidade de Santa Terezinha do Boqueirão. Eles participam de todas as feiras que acontecem na cidade, quatro vezes por semana em locais diferentes (nas terças, quartas e sextas-feiras e também nos sábados).
Na banquinha do casal são encontrados produtos caseiros e sem conservantes, como pães, doces artesanais, ovos caipiras, cucas e bolachas de variados sabores. Também tem versões sem glúten e sem lactose para os intolerantes.
A produção é diária, das 7h às 3h da madrugada. São produzidos em média 200 quilos de bolachas toda semana. Para dar conta da grande demanda, ela, uma auxiliar e o esposo se ajudam. Enquanto ela fica em casa preparando e deixando tudo prontinho, ele embala, faz o transporte até a cidade, monta a barraca e comercializa os produtos. “Graças a Deus, vendemos muito bem. Chegamos com o carro carregado e voltamos pra casa com menos da metade. Os pães e as cucas nunca sobram, são os mais procurados. Aí nos preparamos para a próxima feira”, contam.
Já o casal Valdemir e Aline Rodrigues Madruga, de Correia Pinto, trazem produtos hortifrútis orgânicos com certificação, e comemoram as vendas. Normalmente são os primeiros a chegar à feira e os primeiros a sair, porque os produtos logo acabam devido à grande procura. “Já temos nossos clientes fiéis que sabem que sempre estamos por aqui neste dia. Eles gostam muito dos orgânicos, pois além de ser mais saudável, ainda tem uma boa durabilidade. Tem gente que chega nos contando que vem a cada 15 dias, pois os produtos duram bastante”, diz Valdemir.
As feiras acontecem nos seguintes dias, horários e locais:
Texto: Aline Tives
Fotos: Toninho Vieira
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