A possibilidade de a máquina se sobrepor ao homem já extrapola a percepção da realidade
Muito se fala sobre a possibilidade de a máquina um dia dominar o homem. Livros, filmes, enfim, a gama de considerações sobre o assunto é grande. E a tendência, diante disto é ignorar essa probabilidade, confiante de que o homem domina, totalmente, as coisas que o rodeiam, controla realmente o mundo que conhecemos, assim como se forja o ferro à força e perspicácia humana.
No entanto, a possibilidade de a máquina se sobrepor e “conquistar” ou ser elevada a um nível de importância superior, já extrapola o nosso entendimento ou percepção da realidade evolucionista e tecnológica na qual estamos inseridos. A Inteligência artificial está aí a nos desafiar.
Percebe-se, por exemplo, o quão está se tornando superior o aparelho celular? De um “simples” sistema de rádio transmissor, há algumas décadas, transforma-se ao longo desse curto período de tempo em espécie de plataforma, literalmente falando, agregadora de tecnologias e aplicativos, de ferramentas necessárias, práticas e ao alcance e manuseio de nossos dedos, olhos, e, logo, logo, de nosso pensamento. Tecnologia nesse sentido já existe, faltando apenas repassá-la, como software, para essa plataforma ou seja, para o celular (hardware).
Pare e pense, sobre o fato de o celular como hoje o conhecemos, da forma como é, já revolucionar o mundo, a passos largos, senão vejamos:
O celular (smartphone) substitui o rádio, o gravador, aparelhos de sons os mais variados (MP3, walkmans, CD, DVD etc), a máquina fotográfica, a filmadora, a calculadora, o despertador, o relógio, o GPS, os mapas, videogame, TV, régua de nível, decibelímetro, servindo ainda de e-reader etc etc etc. É o celular, hoje em dia, um computador em miniatura, com acesso à internet e às redes sociais, no qual se pode ler, redigir e enviar textos, fotos e vídeos (editados, se preciso for). Esse aparelho varreu do cenário urbano as figuras bizarras dos orelhões, substituindo o telefone fixo que ainda há pouco tempo era considerado essencialmente insubstituível à dinâmica e praticidade das clássicas relações sociais.
É como se o mundo moderno caminhasse em direção ao celular, paralelo a ele, em uma evolução concentradora e simplificadora, voraz e transformadora. Até quando sobreviverão os parques fabris eletroeletrônicos, as lojas, o comércio em geral que comercializa essa gama de aparelhos hoje comprimidos no aparelho celular? E a mão de obra, inexoravelmente, vai junto, levada por essa onda evolucionista, por esse tsunami tecnológico.
Entre em um shopping, passe por uma loja de serviço telefônico ou de venda de aparelhos celulares, e note que ali poucas pessoas estão trabalhando. Porém esse contingente está a substituir a mão de obra antes empregada nas indústrias e lojas que perdem dia a dia o mercado diante da avalanche tecnicista refletida na tela colorida e brilhante do celular.
É a máquina que galopa, tendo nas rédeas um, outrora, homem indomável, hoje cabisbaixo.
Texto: Iran Rosa de Moraes
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