Três abrigos foram montados para receber as famílias. Lá elas encontram toda a estrutura necessária, além de apoio psicológico para se recuperarem e conseguirem voltar para suas casas
O sol voltou a brilhar na manhã dessa quinta-feira (5 de maio). Depois de três dias tensos com grande volume de chuva em Lages (o acumulado de 191,2mm em 72h equivale ao mês inteiro), a esperança de tudo voltar a sua normalidade reascendeu entre as famílias afetadas. A Prefeitura de Lages está cumprindo seu papel e fazendo a sua parte. O prefeito Antonio Ceron mobilizou secretários municipais, diretores, funcionários e equipe técnica junto à Defesa Civil Municipal para amparar e dar todo suporte aos que mais precisam neste momento.
Nos três abrigos preparados para receber as famílias desabrigadas devido aos alagamentos, um ambiente organizado e de muita união deixa o espaço compartilhado mais leve. Afinal, enfrentar as dificuldades se torna muito mais fácil e possível se as pessoas se unirem. É neste momento que servidores municipais e comunidade se dão as mãos e se colocam no lugar do próximo. Além do que é fornecido pela Prefeitura, muitas doações têm chegado, desde roupas, toalhas, roupas de cama, fraldas, cobertores, kits de higiene e mantimentos. Dentre as famílias abrigadas, muitas crianças de colo chegaram e com elas um cuidado especial se faz necessário.
Foram montados abrigos na Associação de Moradores do bairro Habitação, com 27 pessoas (adultos e crianças); na Associação de Moradores do bairro Caça e Tiro, com 17 pessoas de quatro famílias; no Centro Dia do Idoso, no bairro Centenário, com 37 pessoas de dez famílias (15 adultos e 22 crianças).
Muitas pessoas acamadas foram resgatadas e famílias precisaram ser deslocadas por barcos da Defesa Civil. Segundo o último relatório, Lages conta com 488 pessoas atingidas pelas chuvas, com 158 desalojados, que foram encaminhados para casas de amigos e parentes, e 81 desabrigados, que estão nos abrigos montados pela Prefeitura.
A expectativa é de que a partir deste sábado (7 de maio) o rio Carahá, que chegou a 5,77 metros acima do seu nível normal, tenha baixado suas águas possibilitando o retorno das famílias para suas residências.
Situação de emergência e plano de contingência no Município
Na manhã desta quinta-feira, o prefeito Antonio Ceron assinou o decreto de Situação de Emergência no Município, pelo prazo de 180 dias. A Secretaria da Assistência Social e Habitação conta com um plano de contingência para atuar mais efetivamente em situações de desastres climáticos como este. O inesperado não pega de surpresa o poder público; existe um planejamento e todos sabem como fazer nestes momentos. A mobilização é rápida e a assistência eficiente.
Em cada abrigo uma equipe multidisciplinar atua para dar suporte às famílias, desde motoristas, cozinheiras, serviços gerais, assistentes sociais, psicólogos, vigias noturnos, cuidadores para as crianças e equipe técnica que faz o cadastramento. Os adultos que estão abrigados saem para trabalhar normalmente durante o dia e as crianças ficam no abrigo sob os cuidados da equipe.
Valdecir Velasques Ferreira, morador da Avenida das Bracatingas, no bairro Habitação, está com a família no abrigo da Associação de Moradores; o filho, a nora e dois netos, de seis e oito anos. “Agradecemos todo o apoio que temos recebido, sem este abrigo não teríamos para onde ir. Agora é voltar para casa e recomeçar”, diz.
União de esforços para oferecer ajuda
A diretora de Alta Complexidade, da Secretaria da Assistência Social e Habitação, Juliana de Carli, explica que a maioria dos mantimentos e insumos éoferecida por este setor da Secretaria, que funciona 24h por dia. O trabalho é feito em parceria com a Defesa Civil, que identificou as necessidades e também angariou doações para a ativação dos abrigos. “As famílias chegam aqui praticamente com a roupa do corpo, porque seus pertences acabaram ficando molhados devido o alagamento em suas residências. Então fornecemos tudo o que eles precisam, sempre temos em nossos equipamentos roupas e mantimentos para situações como esta”, conta Juliana.
Os insumos para a alimentação também vêm, em sua maioria, do setor de Alta Complexidade. O Banco de Alimentos da Prefeitura contribui com os alimentos perecíveis, como batata e legumes para fazer sopas. A padaria da Secretaria da Assistência Social fornece pães, bolachas, sucos, leite e café para os lanches da manhã e da tarde. Durante a estadia no abrigo, as famílias contam com quatro refeições: café da manhã, almoço, café da tarde e o jantar. Lanches e frutas estão sempre à disposição para quem quiser se alimentar, em qualquer horário. “O jantar ontem foi uma macarronada a bolonhesa e salada de rúcula. Nossas cozinheiras capricham para fazer uma refeição saborosa e eles se sintam realmente acolhidos”, comenta a diretora.
Texto: Aline Tives
Fotos: Toninho Vieira
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