As Práticas Integrativas proporcionam equilíbrio biopsicoemocional, correspondendo ao paciente em sua integralidade
O Ministério da Saúde (MS) define as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) como tratamentos que utilizam recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para prevenir diversas doenças, como depressão e hipertensão e, em alguns casos, também podem ser usadas como tratamentos paliativos em algumas doenças crônicas. Buscam a prevenção de doenças e a recuperação da saúde, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade.
As PICs integram um tratamento complementar, com redução do uso excessivo de analgésicos, de medicações para dormir e de remédios de combate à ansiedade e depressão. Proporcionam equilíbrio biopsicoemocional, correspondendo ao paciente em sua integralidade. O Brasil é referência mundial na área de práticas integrativas e complementares e possui um Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
Em Lages, a Secretaria Municipal da Saúde comunica o novo endereço do ambulatório de PICs: Rua Cruz e Souza, nº: 542, Centro, próximo ao semáforo de acesso à avenida Dom Pedro II e à rua Cirilo Vieira Ramos. Inicialmente, o ambulatório de PICs irá atender somente os profissionais da Secretaria Municipal da Saúde. Após, na primeira quinzena do mês de abril, deverá estrear o espaço de seus trabalhos para a população, com auriculoterapia, acupuntura, craniopuntura, homeopatia, massoterapia e reiki, com plano de expansão das Práticas Integrativas de acordo com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC).
O ambulatório de Práticas Integrativas e Complementares (PICs), iniciado nesta segunda-feira (14 de março), consiste em um planejamento de 2019 que sofreu um atraso em decorrência da pandemia do novo coronavírus, gerador da Covid-19. Então, agora, serão promovidas as Semanas das PICs - de 14 a 30 de março, estritamente aos colaboradores de todos os departamentos da Secretaria da Saúde do Município de Lages, com a oferta de poderem se dirigir até a casa nova, conhecerem o local e estarem inteirados das práticas a serem disponibilizadas aos habitantes. “O intuito é liberar as informações aos servidores para que estejam familiarizados e adaptados com o serviço e, posteriormente, em abril, possam orientar os pacientes aos encaminhamentos cabíveis em suas singularidades”, justifica uma das profissionais responsáveis pela aplicação das técnicas, Kelly Antunes. Em um ano em que as PICs estiveram em funcionamento, o público-alvo foi limitado ao quadro de pessoal da Saúde, devido à proteção dos moradores do município de Lages e às medidas sanitárias de contenção ao avanço da pandemia.
As Práticas Integrativas foram institucionalizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) através da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). São as seguintes: Medicina tradicional chinesa/acupuntura, medicina antroposófica, homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia, termalismo social/crenoterapia, arteterapia, ayurveda, biodança, dança circular, meditação, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa, yoga, apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, ozonioterapia e terapia de florais.
Como será a instrução dos pacientes às Práticas Integrativas?
Os pacientes que desejam ou tenham interesse em alguma das Práticas Integrativas e Complementares (PICs) devem procurar a sua Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência. As indicações são embasadas no indivíduo como um todo, considerando-o em seus vários aspectos: físico, psíquico, emocional e social.
Todo profissional que atenda paciente com indicação de alguma prática integrativa deve realizar o encaminhamento e inserir os dados via Sistema de Regulação (Sisreg) do Sistema Único de Saúde (SUS)/Ministério da Saúde (MS) para consulta em PICs. “O profissional de nível superior da Atenção Básica e da Atenção Especializada deverá encaminhar o paciente para consulta em PICs via Sistema de Regulação (Sisreg) para ter acesso ao ambulatório, em que será avaliado por profissional habilitado e guiado para a prática mais indicada para aquele momento”, detalha uma das servidoras responsáveis pela aplicação das técnicas, Kelly Antunes, em seus esclarecimentos.
Entenda mais
Em 2006 foi criada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). Depois de dez anos, em 2017, foram incorporadas 14 atividades, chegando-se hoje a 19 práticas. As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) compõem o Sistema Único de Saúde (SUS) desde seu início, há 16 anos, e evoluíram aos poucos com o passar do tempo, ao passo de se tornarem cada vez mais necessárias.
Atualmente, o SUS oferece, de forma integral e gratuita, em torno de 30 procedimentos de Práticas Integrativas e Complementares (PICs) à população. Os atendimentos começam na Atenção Básica, principal porta de entrada para o SUS.
Conforme o Ministério da Saúde (MS), “evidências científicas têm mostrado os benefícios do tratamento integrado entre medicina convencional e práticas integrativas e complementares”. Além disto, há crescente número de profissionais capacitados e habilitados e maior valorização dos conhecimentos tradicionais dos quais se originam grande parte destas práticas. Contudo, como alerta o Governo Federal, as Práticas Integrativas e Complementares não substituem o tratamento tradicional. É um adicional, um complemento no tratamento e indicadas por profissionais específicos.
Estas Práticas Integrativas salutares são transversais em suas ações no SUS e podem estar presentes em todos os pontos da rede de atenção à saúde, prioritariamente na Atenção Primária com grande potencial de atuação. Nestas abordagens deste campo está a visão ampliada do processo saúde/doença e da promoção global do cuidado humano, especialmente do autocuidado.
Entre as principais diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS) está o aumento da resolutividade dos serviços de saúde, que ocorre a partir da integração - ao modelo convencional de cuidado - de racionalidades com olhar e atuação mais ampliados, agindo de maneira integrada e/ou complementar no diagnóstico, na avaliação e no cuidado.
Texto: Daniele Mendes de Melo
Fotos: Emellin Camargo
Galeria
Agora Ficou mais fácil e Rápido Encontrar o que Você Precisa!