Neste início do mês de maio, a colheita da safra agrícola 2020-2021, na Coxilha Rica, está bem encaminhada. Toda a safra é mecanizada e com o tempo ajudando (sem chuvas significantes) a colheita está a todo o vapor. Continuando assim, ainda neste mês, praticamente todas as lavouras estarão colhidas
A previsão de uma colheita em torno de 40 mil toneladas de cereais, feita no início de fevereiro, pelas cooperativas, se confirma, isto porque a estiagem do último período não afetou as lavouras cultivadas “no cedo”, impactando apenas as lavouras tardias, sendo estas em menor número (15% da área plantada).
Esta nova safra terá uma colheita maior do que a anterior (2019-2020) e isto se deve a uma maior regularidade de chuvas e também ao aumento da área plantada. O engenheiro agrônomo da Copercampos, Emanoel Mattos, ressalta que haverá um incremento de 30% na quantidade de cereais recebidos pela cooperativa, em relação à safra 2019-2020.
A Copercampos tem duas unidades na Coxilha Rica, a unidade 63 na localidade de Vigia (Capão Alto), com capacidade de estocar 60 mil sacos de grãos, e a unidade 91, em São Jorge (Lages), capaz de estocar 240 mil sacos, o que totaliza 300 mil sacos de 60 quilos por unidade.
Esta Cooperativa recebe parte da produção cultivada por associados e não associados em 5.500 hectares de soja, 800 hectares de milho, 1.150 de feijão e 370 hectares de pipoca. “Para a safra de 2021 - 2022, a tendência é de que aumente em torno de mil hectares de área plantada na Coxilha Rica”, salienta Emanoel Mattos.
A Cooperativa Regional Agropecuária de Campos Novos (Copercampos) espera receber nesta safra de verão acima de 260 mil sacos de grãos, ou seja, mais de 20 mil toneladas. Enquanto isso, a Cooperativa Agropecuária do Planalto Serrano (Cooperplan) estima uma colheita de 14 mil toneladas de grãos (milho, soja, feijão, trigo e pipoca).
A Cooperplan conta com a seguinte área de lavouras plantadas (por associados) na região da Coxilha Rica: 3.081 hectares, sendo 1.366 hectares de cultivo de soja, 395 hectares de milho, 915 hectares de feijão e mais 405 hectares de pipoca. Esta Cooperativa tem capacidade de estocar 120 mil sacos de grãos nos silos instalados na região de São Jorge. “Nesta safra teremos uma aumento de 15% em relação ao total de produtos recebidos na safra 2019 - 2020”, estima o presidente da cooperativa, Arnaldo Moraes.
“Nesta nova safra, a boa produtividade apresentada pelas lavouras ‘do cedo’ compensarão as perdas nas lavouras tardias. Nestas, a estiagem ocorrida nos meses de março e abril, provocará queda de 20 a 30% da produção. O enchimento dos grãos das lavouras tardias foi afetado com a falta de chuvas”, explica o engenheiro agrônomo da Copercampos, Emanoel Mattos.
Pioneirismo
Para o empresário José Carlos Sell, um dos agricultores pioneiros da Coxilha Rica, a safra 2020-2021 será também muito compensadora em termos de produção e produtividade. Ele plantou 2.180 hectares com milho, soja, feijão, trigo e pipoca. As maiores lavouras são de soja, milho e feijão. Somente com o plantio de pipoca, são 450 hectares de cultivo, e mais 300 hectares plantados com trigo.
“Com o milho a produtividade é de 11.500 quilos por hectare plantado, o que equivale a aproximadamente 195 sacas de 60 quilos. Enquanto isso, o milho pipoca produzirá 85 sacos, o feijão 38 sacos e o soja 58 sacos por hectare. Já o trigo irá produzir em torno de 5.400 quilos por hectare (85 sacos)”, afirma o produtor rural.
Com esta produtividade, este agricultor irá colher, nesta safra 2020-2021 no total: 45 mil sacos de soja; 27 mil sacos de feijão; 30 mil sacos de milho; 32 mil sacos de pipoca e 25 mil sacos de trigo (cultivo de inverno, com semeadura entre o meses de julho e agosto)
Cultivo de Pastagens
Cerca de 50% da área total de pastagens (aveia e azevem) já foram plantadas, nesta época do ano, na Coxilha Rica. São cultivos feitos em áreas onde já foi colhido o feijão e o soja. Cultivo no sistema plantio direto. “A estiagem de março e abril e que se prolonga nestes primeiros dias de maio tem afetado muito mais o desenvolvimento das pastagens. Espera-se novo período de chuvas para prosseguir com o plantio da aveia e do azevem”, avalia José Carlos Sell.
Melhorias significativas na infraestrutura viária
O que mais tem impulsionado o aumento da produção agrícola na Coxilha Rica é o trecho de 27 quilômetros de asfalto, interligando as regiões de Vigia, no município de Capão Alto, e São Jorge, em território municipal de Lages (acesso pela rodovia BR-116).
Conforme estimativa feita pelo Sindicato Rural de Lages e as cooperativas agrícolas, 25% dos 120 mil hectares de terras da Coxilha Rica é apropriado para o cultivo de cereais, basicamente. Portanto, o potencial de desenvolvimento deste setor, nesta vasta área rural do município, é altamente promissor.
Esta região está sendo considerada a nova fronteira agrícola de Santa Catarina, impulsionada pela infraestrutura viária que facilita muito o escoamento da produção. O asfaltamento de um trecho de 27 quilômetros de estrada tem alavancado o desenvolvimento agrícola da Coxilha Rica que por mais de dois séculos esteve centrada, basicamente, na pecuária.
“Há 14 anos, quando iniciei o cultivo de 450 hectares de pipoca, na Coxilha Rica, não havia asfalto e o máximo que poderíamos carregar era um caminhão com 15 toneladas de peso. Agora, utilizamos o bi trem com carga de 38 a 50 toneladas”, fala o produtor rural José Carlos Sell.
“Isso tem impactado positivamente na redução de custos de produção das lavouras e também na questão de contratação de pessoal. Antes era muito difícil encontrar quem quisesse morar na Coxilha Rica, devido às dificuldades de deslocamento até a cidade e vice-versa, especialmente em casos de urgência e emergência, como ocorre, por exemplo, no caso de um trabalho de parto”, comenta José.
Ações da Secretaria da Agricultura
A secretaria municipal de Agricultura e Pesca tem realizado, permanentemente, serviços gerais de manutenção e conservação das estradas, possibilitando um melhor escoamento da produção agropecuária da região, bem como a trafegabilidade do maquinário agrícola. Isso inclui reforma de pontes e construções de “mata burros”.
“Lages vem se destacando pelo aumento nas áreas de lavouras, especialmente na Coxilha Rica, considerada a nova fronteira agrícola do Estado. As cooperativas aqui instaladas estão em constante ampliação da capacidade de secagem e armazenamento dos grãos, o que nos orgulha dos resultados promissores desta atividade, que mesmo em tempos de pandemia não parou nenhum dia de produzir, gerar emprego e renda”, ressalta o secretário de Agricultura e Pesca, Thiago Cordeiro.
“Hoje a Prefeitura de Lages, através da Agricultura e Pesca, e em parceria com a Epagri disponibiliza técnicos para auxiliar os produtores rurais. Atuamos também, conjuntamente, no desenvolvimento de projetos e no suporte relativo à distribuição gratuita de calcário (Fecoagro), sendo que até o momento foram distribuídos mais de 7 mil toneladas deste insumo, permitindo assim a correção da acidez do solo em lavouras. Mais de 300 produtores rurais já foram atendidos.”, destaca o secretário.
Texto: Iran Rosa de Moraes
Fotos: Toninho Vieira, Ary Barbosa, Iran Moraes e Divulgação (Copercampos)
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